sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

*Relato do Parto de Mikhael G. R. Luz

por Magridt Gollnick Luz
O nascimento de Mikhael Gollnick Rodrigues da Luz
Domingo 04 de março de 2007, véspera de completar 40 semanas(Os bebês costumam nascer com idades gestacionais entre 37 e 42 semanas. Mesmo depois das 42 semanas, se forem feitos todos os exames que comprovem o bem estar fetal, não há motivos para preocupação), fui ao CBA(Centro Brasileiro de Adoração), ficar um pouquinho com Deus consagrando a Ele aqueles últimos momentos que antecediam a chegada do Mikhael. Adorei ao Deus Pai, e com minha barriga enorme, dancei em Sua presença e me enchi de Sua alegria. Nesse dia recebi um presente lindo como mãe, palavras de benção para a vida do Mikhael, entregues pelos ministros da Casa de Davi. No final alguns vieram me contar, que sentiram de liberar essas palavras para o Mikhael ainda na barriga da mamãe, e que assim, ele estaria pronto para nascer. Isso me emocionou muito!
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Passaram-se dois dias, e eu apostando a chegada do Mikhael para o dia 7, ou para a próxima segunda-feira, quando completaria 41 semanas.
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Quarta-feira dia 07, despertei de madrugada,mas dessa vez não foi para fazer xixi, "como durante toda gravidez". Estava sentindo alguns incômodos no fim da coluna e algumas cólicas, isso parecia ter soltado meu intestino. Como era apenas um leve incômodo voltei a dormir, antes disso observei que estava perdendo bastante líquido, cheguei a pensar na possibilidade de ser a bolsa(Um sinal que evidencia o rompimento da bolsa de líquido amniótico é a saída de um líquido transparente, turvo ou ligeiramente amarelado, semelhante a urina, mas sem cheiro e que não se consegue controlar sua saída. Outro bom sinal é ao fazer xixi observar no vaso sanitário se o líquido possui alguns pequenos "grumos"). De manhã, contei para o Michel sobre a perda de líquido que continuava, acompanhada de alguns veios de sangue, cheguei a colocar um absorvente. Essa secreção tinha todas as características de ser tampão(o tampão mucoso, que se parece com uma rolha. Tem a função de evitar que germes alcancem a bolsa na qual o bebê fica durante a gravidez. A perda do tampão mucoso, de aspecto gelatinoso, indica que o fim da gravidez se aproxima), a cor , os veios de sangue, mas oque nos deixava em dúvida era a quantidade. Teve um momento que sentei no vaso , e  Michel e eu ouvimos cair muito líquido, aí ficamos com "a pulga atrás da orelha".
Michel pensou em faltar a sua aula para ficar comigo, pois estava achando que a bolsa estava vazando aos poucos, mas eu o tranquilizei dizendo que devia ser o tampão mesmo, e que quando o tampão cai, ainda pode levar alguns dias para iniciar o trabalho de parto( A perda do tampão, com ou sem sangramento, pode acontecer de algumas horas até 15 dias antes do parto).Ele foi para a aula, eu fiquei com minha irmã Ingrid, que já havia chegado à cinco dias lá de Curitiba, nossa terra natal, para me ajudar com o bebê. Não contei nada para ela, para não nos precipitarmos em expectativa. Fiquei tranquila e tentei relaxar me distraindo enquanto preparava o almoço. Enquanto cozinhava senti três ou quatro vezes, aquele mesmo desconforto que havia sentido de madrugada, no entanto eu estava me sentindo bem!

 Depois do almoço, fui assistir alguns vídeos com minha irmã, ajeitei um puf e deitei nele. Lá pelas 13h30, senti algo como uma contração, muito fraquinha e indolor.
Como nas últimas semanas, eu não havia tido contrações de Braxton(As contrações de Braxton Hicks são contrações de treinamento que se iniciam por volta da vigésima semana de gestação. Elas são uma espécie de treino do organismo para o momento do parto. Elas podem surgir cerca de 3 ou 4 vezes por dia e, geralmente, não causam muita dor, mas a barriga fica momentaneamente muito dura e pode haver um ligeiro desconforto na região pélvica ou fundo das costas), pensei ser elas me preparando para "o grande dia". Mas, depois de uma hora, senti novamente uma contração, dessa vez resolvi contar para minha irmã. A essa altura eu já estava no segundo absorvente... Ela achou melhor pesquisarmos na internet alguma explicação para aquela secreção, mas mesmo assim, não dava para identificar se era tampão, ou líquido amniótico.
Michel voltou, e mais tarde teria que retornar para dar aula, ele insistia na ideia da bolsa rota, e eu teimava que era o tampão. Como esse processo já estava dando 12 horas, precisávamos decidir, ou aproveitávamos a presença do Michel em casa para darmos uma passadinha na maternidade todos juntos, a fim de checar esse "liquido", ou aguardava até a noite. Fiquei receosa que fosse bolsa rota(Em relação a quanto tempo esperar, isso varia. Na literatura encontramos períodos variando entre 12 e 96 horas) então resolvi ir checar.

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Durante a gestação , pesquisei e acabei optando por um hospital público, a maternidade Lucilla Balalai-Londrina/PR, ganhadora de prêmios como da UNICEF, e reconhecida como referência para o Brasil, pela sua visão humanizada e de hospital amigo da criança.
Desde o início, eu queria um parto mais natural possível, e com o mínimo de intervenção médica. Conversamos com a  Pati Merlin que é doula,  pensando na possibilidade de fazer um PD Parto Domiciliar(o parto domiciliar é aquele realizado na casa da própria gestante, de forma natural com a presença de profissional capacitado acompanhando o trabalho de parto. Indicado para os casais que desejam uma vivência plena, em ambiente tranqüilo, do momento do parto. Muito comum nos EUA, e países desenvolvidos), mas na época, ainda não existiam médicos preparados para esse tipo de parto na cidade. Deixamos a ideia para quem sabe o próximo filho, e fomos visitar a maternidade.
O diretor nos recebeu e apresentou as dependências, explicou todos os procedimentos, nos agradamos muito com tudo. Deduzimos que ali teríamos liberdade para protagonizar o parto e pedir auxílio médico só quando necessário.
Minha escolha desde o início foi pelo Parto Natural(é o parto onde o médico simplesmente acompanha o parto. É o parto normal sem intervenções como anestesias, episiotomia e indução. O ritmo e o tempo da mulher e do bebê são respeitados e a mulher tem liberdade para se movimentar e fazer aquilo que seu corpo lhe pede. A recuperação é rápida),achado o lugar perfeito restava aguardar o grande dia.

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Chegamos à maternidade às 16h, e fui logo explicando para a médica que eu estava bem, e só queria checar o que era aquela secreção, pois caso fosse a bolsa vazando já havia dado 12 hs .
Ela me examinou e ufa! Graças a Deus não era a bolsa, era o tampão mesmo! Eu estava morrendo de medo de ter que ficar internada caso fosse bolsa rota, pois eu sabia que meu trabalho de parto ainda nem havia começado pra valer, e eu sempre planejei passar meu trabalho de parto em casa,  só ir para a maternidade "nas últimas". Nada melhor que viver um momento tão intimo como a chegada de um filho em nosso lar doce lar. Ainda mais que uma grande porcentagem dos trabalhos de parto que terminam em cesariana são resultado da gestante ir muito cedo para a maternidade, no comecinho doTP.
Fiquei feliz, mas ainda tinha outra notícia boa, a médica disse: "menina, você já está com 3 cm de dilatação, e está tranquila desse jeito?". Pensei comigo " Uau, 3 centímetros!!! Se continuar assim ,terei um parto sem dor, rsrs!" Agradeço a Tia Nilda pelas orações específicas nesse sentido, sei q fizeram muito efeito!
Como eu não estava tendo dinâmica (perguntei para a médica que termo era esse, e ela explicou, que é quando ainda não tem contrações regulares), ela disse para ir para casa, pois o trabalho de parto poderia deslanchar em duas horas como poderia demorar ainda dois dias. Voltamos empolgados, mas já no carro senti mais contrações. Cheguei em casa com fome, tomamos um café gostoso, e as contrações foram chegando devagarinho e foram se regulando rapidamente, achamos melhor começar a cronometrar. 
Eu não parava quieta, estava com a neura da limpeza(dizem que esse é um "fenômeno" comum no dia do parto, rsrs), queria tudo arrumadinho para receber o Mikhael. Eu ia pela casa fazendo uma coisa ou outra, cada vez que vinha uma contração, eu gritava de onde eu estava para o Michel marcar no relógio. Ele e a Ingrid, bem que queriam ficar me seguindo pela casa, verificando se estava tudo bem comigo, mas eu logo sinalizava que não queria ninguém me seguindo, rsrs.
Minha irmã colocou um CD para rodar, e deixou o volume bem alto, assim eu me concentrava na música, em qualquer lugar da casa em que eu estivesse.
Lá pelas 20h  mais ou menos, o Michel achou que já estava na hora de eu me preparar para a maternidade, pois pelos cálculos dele nas contrações, já estava dando o limite de tempo recomendado para se ficar em casa (pelo menos 1h de TP regular com 3 contrações a cada 10 minutos).
Fui para o chuveiro, a água morninha nas costas era tão relaxante! Eu de olhos fechados, cantando, me concentrando em Deus, tentando atraí-lo naquele momento para perto de mim, isso me deixava tão calma... de repente eu estava tão bem, curtindo aquele momento, em algumas horas Michel e eu estaríamos passando pela experiência mais marcante de nossas vidas. E agora eu já podia sentir Deus tão pertinho de mim, ali me dando força.
Michel preocupado vinha toda hora ao banheiro ver se eu ia sair dali ou não. Ele  dizia para eu sair logo, antes que "nascesse em casa",  rsrs. 
Mas para falar a verdade, estava tão difícil sair daquele chuveiro, estava tão bom ali...eu, o Mikhael em meu ventre se preparando para nascer, aquela água morna, aquela canção que eu cantava para Deus... 
Bom, então percebi que o Michel estava realmente preocupado(tadinho, toda aquela responsabilidade de pai de primeira viagem né) e fui saindo. Quando estava me arrumando, senti algo muito especial, como se eu tivesse realmente conseguido atrair a presença de Deus para pertinho de mim, senti uma emoção enorme,algo inexplicável,uma alegria imensa, um nó na garganta, comecei a chorar...

Finalmente estava pronta para ir, em todos os sentidos! Peguei a bolsa do bebê e da mamãe, nos despedimos da Ingrid e do Zen meu cachorrinho, que aliás foi o único que conseguiu me seguir pela casa. O Michel e a Ingrid comentavam: "olha a cara do Zen de preocupação com a Ma", é incrível como esses companheirinhos sentem tudo!

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Durante o trajeto para a maternidade, senti novamente aquela presença de Deus me envolver. Falei para o Michel que alguém deveria estar orando por mim naquele momento, pois eu estava sentindo muito forte a presença de Deus, não consegui me controlar,e chorei... Depois brinquei com o Michel que na maternidade iriam pensar que eu estava chorando de dor, mas eu bem sabia que era de alegria!
Na bíblia tem um versículo que diz que a "alegria do Senhor é a nossa força", e foi realmente a alegria do Senhor que me encheu de força naquela noite.
Eu estava então preparada para o grande momento que viveria naquela madrugada, finalmente daria a luz ao nosso pequeno Mikhael.

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Chegamos na maternidade perto das 21h. Enquanto o Michel fazia o cadastro, eu não conseguia ficar parada, andava de um lado para outro, cantando baixinho a mesma canção do chuveiro.
Finalmente veio uma enfermeira nos buscar, no consultório mediu pressão e tal, saiu. 
Eu não queria sentar, ficava andando pela sala, cantarolando. A médica chegou e me examinou, viu que eu estava agora com 4 para 5 cm de dilatação, achei que evoluiu pouco desde a tarde quando fiz a primeira avaliação.
Como estava com mais de 3 cm de dilatação e com contrações regulares, isso caracterizava que eu deveria ficar internada, mas a médica informou que a maternidade estava lotada e que eu não poderia ficar ali, não haviam vagas! Não aceitei aquilo! Eu havia planejado que meu parto seria naquela maternidade, minha fé me fazia crer que  Deus havia me direcionado para aquele lugar. 
Propus a médica que eu ficaria até mesmo em um sofá se fosse preciso, mas que me deixassem ficar. Então, ela disse que iria conversar com o médico chefe para tentar uma vaga para mim, e graças a Deus ela conseguiu!
Depois de fazer o cardiotoco(Exame com eletrodos colocados na barriga da mãe durante 20 minutos, capaz de testar a vitalidade fetal da criança), me levaram para um quarto de pré-parto, me encaminharam para um banho, e depois recebi a famosa "camisola de maternidade", com a qual não me dei muito bem, pois ela insistia em abrir rsrs.
Durante o banho, eu só agradecia a Deus, fiquei tão feliz por conseguir a vaga, por Ele estar cuidando de tudo para mim, "abrindo as portas", fazendo surgir vaga onde "não há vagas". Nem me passava pela cabeça, ter que procurar outra maternidade naquela altura do "campeonato". 
O Michel logo chegou depois de fazer o meu internamento, trouxe as bolsas, água, filmadora, enfim, veio carregado e todo feliz, estava chegando a hora tão esperada!
Nos acomodamos no quarto, e o processo foi se desencadeando, sentia que agora o trabalho de parto era pra valer.
Eu caminhava o tempo todo para ajudar na dilatação(A caminhada ajuda a dar mais ritmo às contrações ), andar também me ajudava a aliviar a dor. Como estava ficando tarde o sono vinha chegando, o Michel me aconselhou a poupar as energias e relaxar um pouco sentando na Bola Suíça.
Eu sentia muita sede, a boca ficava seca, bebia água o tempo todo. Quando vinham as contrações o que me incomodava mais era uma dorzinha chata nas costas, as quais o Michel estava resolvendo com massagens o tempo todo, aliviava bastante! Ele também me ajudava a ir para o chuveiro, pois a água morna é um ótimo método natural para o alívio da dor, fiquei lá um bom tempo. Sentei no banquinho do banheiro com os pés apoiados no vaso, e achei engraçado ver que nessa hora a gente acha cada posição esquisita, mas se é para aliviar o desconforto tá valendo!
Eu continuava a perder muita secreção principalmente cada vez que eu me levantava de onde estava sentada. Lá pelas tantas ao me levantar, escorreu líquido pelas minhas pernas. O Michel todo empolgado disse que agora era a bolsa, mas eu estava com tanto sono e já acostumada com tanto líquido "fluindo" de mim, que nem pensei nisso. Ele chamou a médica para conferir, ela examinou e tchan tchan tchan tchan: bolsa rota! Naquele momento eu estava com 6 cm de dilatação.
O que estava mais difícil de contornar naquele fase era o sono e a dor nas costas, eu já estava bem cansada. Então para me animar, a médica disse que dali em diante eu iria ver como seria rapidinho depois da bolsa rompida, e que quando viesse a contração eu deveria ajudar fazendo força. Realmente dali em diante foi rapidinho, comecei ajudar fazendo força, dava mesmo muita vontade de fazer força quando vinha a contração, a famosa "força de coco"(semelhante ao reflexo de evacuar).
Eu já não estava achando posição confortável, e apesar de ser a última coisa que eu pensava em fazer, resolvi deitar um pouco para descansar. Eu não queria deitar pois sabia que essa é uma posição que não facilita no trabalho de parto, e eu estava realmente ansiosa para ter o bebê, tudo o que fizesse desencadear mais rapidamente o processo eu faria. Apesar disso vi que nessa posição as minhas costas pararam de doer, e assim eu pude descansar e quase cochilar entre as contrações, coisa que o Michel não deixava de jeito nenhum, pois estava ali no meu ouvido dizendo para fazer força, rsrsr. Eu tinha que lembrá-lo que a força era apenas durante a contração e não o tempo todo, eita ansiedade de ver o garoto!
O Michel me ajudou muito, foi fundamental no trabalho de parto, me dava água, fazia massagens "milagrosas", e dava os comandos já que eu estava "mais para lá do que pra cá" de tanto cansaço e sono. Trabalhamos juntos,ele era o cérebro e eu o corpo.
Quando observaram que eu estava fazendo muita foça, a médica veio checar novamente, e aí veio a frase tão esperada: dilatação total! Nessa hora vem os elogios... "está indo muito bem, continue assim, respire"...a médica avisou que ficaríamos mais um pouco naquele quarto para o bebê descer mais um pouquinho.
Eu estava na fase do expulsivo(O expulsivo é o período do parto em que o bebê efetivamente nasce. Para fazer isso, ele precisa girar, pois o canal de parto), fiz mais algumas forças, aí senti queimando "o circulo de fogo" (uma ardência redonda no canal vaginal), nessa fase, o bebê já estava coroando. Me passaram para a maca, pois eu estava deitada na cama e me levaram para a sala de parto. 
Sempre fiz planos de parir na PPP(cama de parto humanizado), para poder ficar inclinada, quase sentada ou até mesmo de cócoras(A posição de cócoras oferece várias vantagens, como o fato do parto ser mais rápido devido ao auxílio da gravidade e a oxigenação do bebê ser melhor) e não deitada, mas na hora vi que não daria. Eu realmente só estava conseguindo ficar deitada, em outra posição as costas doíam muito. Que pena!
A faze do expulsivo, foi a que senti menos dor durante as contrações, pelo fato de me concentrar na respiração e na força que eu precisava fazer. Na verdade sentia mais cansaço e falta de ar, pois tinha que ser uma força bem comprida. Prendia a respiração e fazia toda a força que eu conseguia,então quando acabava, eu estava sem ar e cansada.
Ainda no início da internação, eu havia sinalizado à médica o desejo de não fazer episiotomia (corte no períneo para alargar a passagem do bebê), oque aconteceu, foi que na hora, ela viu que a pele estava querendo lacerar, talvez pela minha posição deitada, que dificulta a saída do bebê, talvez por eu não ter toda elasticidade necessária... não sei, o fato é que ela acabou fazendo a episio, mas essa realmente não era a minha vontade!(Segundo a OMS é Direito da Gestante- Não se submeter à episiotomia (corte do períneo), que também não se justifica cientificamente, podendo a gestante recusá-la)
Depois do parto a episiotomia me incomodou, dói, é desconfortável para sentar, mas graças a Deus em poucos dias cicatrizou.
Mas voltando a sala de parto... fizemos ali mais algumas forças, o Michel e eu, (rsrs) ele ajudava elevando minha cabeça contra o peito na hora da força. Todos incentivando e torcendo, quando me avisaram que a cabecinha estava saindo, e logo depois o corpinho todo, foi rápido, uma sensação gostosa de alívio e uma emoção por ter sido capaz, por ter conseguido, por ter gerado e trazido ao mundo um lindo bebezinho.
Mikhael como eu havia imaginado que seria quase não chorou, e até hoje ele é assim, "paga pra não chorar", ouvi apenas uns gemidinhos gostosinhos de ouvir, tão meiguinho! Eu estava muito cansada, deitei a cabeça,e ali fiquei por uns segundos pensando em milhões de coisas, queria ver meu bebezinho que estava sendo examinado pelo pediatra, mas não conseguia levantar a cabeça.
Michel viu tudo, viu ele nascendo, a médica pegando ele pelos pezinhos e depois mostrando para ele, viu o pediatra fazendo os primeiros procedimentos, e se admirou com a prática e rapidez com que ele movimentava o Mikha.
Logo a médica avisou que agora a placenta sairia, e eu comentei: " o segundo parto!",  ela me acalmou: "não se preocupe essa parte não tem nem comparação, é bem mais fácil" e realmente foi. Naquela loucura toda, tanta emoção, nem consegui ver a placenta, mas o Michel viu, ficou admirado com aquela "bolsa" que guardou nosso bebê durante a gestação. 
Depois que a bolsa saiu começaram os curativos e cuidados, havia um médico ajudando e ele perguntou porque eu pedi para não fazer a episiotomia, se era porque eu havia feito cursos de gestante. Expliquei que desde o início da gestação eu pesquisei muito sobre tudo oque envolve gestação e parto, e por isso não queria fazer episiotomia de rotina (aquela que é feita apenas por hábito do médico) Mas foi bom descobrir que ali na maternidade não eram realizadas episiotomia de rotina. Tanto é que depois cruzei com duas mulheres que haviam ganhado bebê na mesma noite, e não precisaram de episiotomia. Me conformei um pouco pois tirou a impressão de ser "enganada " pelo sistema, apenas para ser cumprido um procedimento de "rotina"!
Passaram-se alguns minutos, o pediatra terminou de examinar o Mikha, eu estava ansiosa para vê-lo, para saber como ele estava. Lá da cama de parto só dava para enxergar os pézinhos dele se mexendo, e aquele resmunguinho gostoso. Finalmente  trouxeram ele pra mim, lindo! Com um olhão esperto, nem parecia de recém nascido, a enfermeira colocou ele no seio para que fizesse a primeira mamada da sua vidinha, ainda na sala de parto, logo ele pegou e mamou com força.
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Naquela madrugada, o Geison, um amigo nosso que não estava sabendo de nada, acordou de repente. Ele pensou, que se Deus o havia acordado aquela hora da noite era para interceder por alguém, então no mesmo momento veio o meu nome ao seu pensamento, e ele começou a orar por mim, quando acabou olhou no relógio e eram 3:00hs da manhã, exatamente a hora que acabou o parto do Mikhael...
Deus cuida dos seus filhos, e ainda nos dá provas disso, provas do seu grande amor por nós!
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Mikhael nasceu as 2:45hs do dia 8 de março de 2007 , pesando 3,040kg, com 51cm, e índice apgar 9 e 10. Estávamos muito emocionados, Michel só dizia: ele é lindo!
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Quero agradecer a Deus por estar tão pertinho de mim nesse momento me dando força, me enchendo de alegria, cuidando de mim com tanto zelo,me proporcionando o melhor mesmo em meio a simplicidade.
Agradeço ao Mi, meu amor, minha metade que me ajudou trazer ao mundo o nosso "pedacinho", teu carinho, tuas massagens, tuas palavras, teu apoio total no trabalho de parto... " vai Ma faz força agora!"... na verdade, não sei quem fez mais força, se você, ou eu, he he! mas sei que nós dois juntos trouxemos o Mikhael ao mundo naquela madrugada, e foi tudo LINDO!!!!!!!

Agradeço aos familiares q tanto nos abençoaram e nos abençoam, tornando tão especial a gestação e chegada do Mikhael.

E aos queridos amigos, que nos acompanharam durante essa maravilhosa jornada "rumo ao Mikhael", cada palavra , cada gesto, todo o carinho e amor que recebemos de vocês tornava cada dia mais linda essa gestação abençoada!

Não temos palavras!... amor , carinho, dedicação, apoio, e as palavras de Deus para a vida do Mikhael, que foram entregues através de vocês, são coisas que nos fazem os pais mais felizes do mundo! nossa aliança só ficou mais bonita!!!Amamos todos vocês!!
MA, MI, MIKHA....família feliz!

Um comentário:

  1. Oi Ma!
    Que relato emocionante! Espero que a chegada da minha Sophia seja serena e que eu consiga manter a calma pra fz tudo certinho, como vc!
    Parabéns pelos filhos!
    Obrigada pelas visitas e pelos comentários carinhosos lá no Coisas!
    Um abç,
    Maura

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